A maioria das pessoas não sabe a diferença entre os tipos de próteses odontológicas. Fixas, removíveis, totais, parciais, unitárias, sobre implantes…. É muito comum o paciente chegar no consultório dizendo que quer um implante quando, na verdade, precisa de uma coroa. Ou pedir uma dentadura quando ao seu caso se aplica uma PPR (prótese parcial removível). Vamos arrumar essa bagunça?
Como diria meu amigo Jack, “vamos por partes”. Quem precisa de prótese? Quem perdeu um, vários ou todos os dentes. Às vezes nem é necessário ter perdido o dente inteiro, mas apenas a coroa dele. Lembrando que todo dente possui coroa (a parte que está fora da gengiva, que você enxerga) e raiz (que segura a coroa).
As próteses existem em duas modalidades: fixas e removíveis. Prótese “móvel” não existe, a não ser que você esteja falando daquela dentadura dançarina que a sua avó não consegue manter dentro da boca 
. As fixas você não tira nunca, nem pra higienizar. As removíveis, sim.
Dadas as devidas explicações básicas, deixe-me esclarecer do que se trata cada um dos tipos mais comuns de próteses odontológicas:
Prótese Total: é a famosa dentadura. Como o próprio nome denuncia, é uma prótese que substitui todos os dentes de um arco. Normalmente quem usa perdeu os dentes ao longo da vida, aos poucos, quase sempre por doença periodontal. É possível associar a prótese total com implantes, para garantir que a dentadura permaneça sempre no lugar certo. Antigamente, idoso usar dentadura era regra. Hoje em dia, felizmente, as coisas têm mudado, e já tem muito vovô e vovó por aí com a boca cheia de dentes naturais, em bom estado. É a “extração” dando lugar à “prevenção”! 
Prótese Parcial Removível: ou, para os íntimos, PPR. Para os MUITO íntimos, “perereca”. Mas por favor, não use esse termo porque, além de ser horroroso, pode provocar algumas confusões de duplo sentido 
. Esse é o tipo de prótese que se usa para substituir um grupo de dentes perdidos. A “ponte removível” se apoia nos dentes remanescentes e sua estrutura pode ser confeccionada com vários materiais: metal (ligas de cobalto-cromo, por exemplo. Já ouviu falar em “roach”? Então, a PPR com estrutura metálica é a dita-cuja), resina acrílica (aí é que o pessoal chama de “perereca”) e resina flexível. Esta última é uma opção estética e bem aceita hoje em dia, já que disfarça muito bem aqueles “ferrinhos” que aparecem nas PPR com estrutura metálica. Os dentes das PPRs são feitos em resina.
Prótese Parcial Fixa: substitui um ou mais dentes perdidos. São feitos preparos (desgastes) nos dentes de apoio, e o número de elementos necessários é adicionado no intervalo desdentado. Os dentes protéticos ficam “suspensos”, por isso são chamados de “pontes”. Essas próteses podem ser feitas de vários materiais: cerâmica (porcelana), apenas metal, metal revestido por cerâmica ou um material estético plástico e, ainda, resina.
Prótese Fixa Unitária: substitui a coroa de um dente perdido. Normalmente, é usada quando o dente é destruído por cárie ou se quebra deixando muito pouco tecido sadio, por vezes apenas a raiz. Então, trata-se o canal da raiz, coloca-se um núcleo (pino) nessa raiz e a coroa é encaixada no pino. É possivel colocar uma coroa em um dente sem tratamento de canal também, para isso desgasta-se a coroa pra que ela fique com o formato de um pino e voilà. Se isso é possível de ser feito para um caso em especial, cabe ao cirurgião-dentista avaliar.
Prótese Sobre Implante: é uma coroa parecida com a PFU, só que é instalada sobre um implante, e não sobre a raiz de um dente.
Implante: embora não pareça, o implante é uma prótese: uma prótese de raiz! Quando você perde um dente inteiro, coroa e raiz, é possível instalar um implante, que nada mais é que um “parafuso” que é inserido no osso e, em cima dele, vai a PSI. No fundo, é super simples. O problema é quando não tem osso suficiente para colocar o implante, aí tem que fazer enxerto ósseo, ou seja, “colocar osso” pra deixar mais espesso o local.
Pronto, agora você não se perde mais! Como você deve ter percebido, existem várias soluções para o mesmo problema… umas mais caras, outras mais baratas… o importante é você e seu dentista conversarem a respeito e decidirem juntos o que é mais indicado para o seu caso e para o seu bolso. Mas garanto: banguela você não fica.